Atualmente, a Inteligência Artificial (IA) é um dos temas mais quentes do mundo corporativo. Desde então, com a explosão da IA generativa, promessas de revolução tecnológica dominaram manchetes e reuniões estratégicas, impulsionando o hype da inteligência artificial. No entanto, será que todo esse hype se traduz em valor real? Por isso, vamos analisar o cenário atual e os impactos para as empresas.
O Hype da IA: Do Pico ao Abismo
Segundo o Gartner Hype Cycle 2025, a IA generativa, antes vista como tecnologia transformadora, portanto entrou no “abismo da desilusão”. Apesar de investimentos médios de US$ 1,9 milhão em GenAI em 2024, menos de 30% dos líderes afirmam que seus CEOs estão satisfeitos com o retorno do investimento.
Os principais desafios incluem:
- Casos de uso pouco claros.
- Governança e regulamentações complexas.
- Escassez de profissionais qualificados.
Além disso, um estudo do MIT revelou que 95% das empresas não obtêm retorno significativo com IA, reforçando que a tecnologia, por si só, não garante resultados.
Por que o Hype Persiste?
O entusiasmo é alimentado por:
- Promessas de ganhos exponenciais de produtividade.
- Pressão competitiva (AI FOMO): medo de ficar para trás.
- Narrativas de superinteligência divulgadas por líderes do setor.
Mas a realidade mostra uma lacuna entre expectativa e execução: 80% das empresas testam IA, mas apenas 5% escalam projetos para produção.
Impactos do Hype nas Empresas
O hype pode gerar:
- Investimentos sem ROI claro.
- Projetos fragmentados e pilotos sem continuidade.
- Desconfiança interna e perda de credibilidade.
Por outro lado, quando bem aplicada, a IA já mostra resultados em:
- Automação de processos repetitivos.
- Personalização de produtos e serviços.
- Análise preditiva para decisões estratégicas.
Como Sair do Hype e Capturar Valor Real
Para transformar hype em resultados, as empresas devem:
- Definir objetivos estratégicos claros: alinhar IA aos desafios do negócio.
- Investir em governança e qualidade de dados: sem dados confiáveis, não há IA eficaz.
- Começar pequeno, mas com escalabilidade: pilotos com métricas de ROI.
- Capacitar equipes e promover cultura data-driven: tecnologia sem pessoas preparadas não gera impacto.
- Integrar IA à transformação digital: IA não é um projeto isolado, é parte de uma estratégia maior.
Conclusão
O hype da inteligência artificial está dando lugar à maturidade. Nesse cenário, a tecnologia é poderosa, mas não mágica. Assim, empresas que estruturarem governança, cultura e processos orientados a dados terão vantagem competitiva real. Portanto, o futuro não é sobre adotar IA por modismo, mas sobre usá-la com propósito e estratégia.
Bibliografia
GARTNER. Gartner Hype Cycle. Disponível em: <https://www.gartner.com/en/research/methodologies/gartner-hype-cycle>. Acesso em: 20 nov. 2025.
MCKINSEY & COMPANY. McKinsey Analytics – Insights. Disponível em: <https://www.mckinsey.com/business-functions/mckinsey-analytics/our-insights>. Acesso em: 20 nov. 2025.
HARVARD BUSINESS REVIEW. Why Your Company Needs a Data Culture. Disponível em: <https://hbr.org/2022/02/why-your-company-needs-a-data-culture>. Acesso em: 20 nov. 2025.
DELOITTE INSIGHTS. Cognitive Technologies and AI Adoption. Disponível em: <https://www.deloitte.com/insights/us/en/focus/cognitive-technologies.html>. Acesso em: 20 nov. 2025.
MIT SLOAN. Artificial Intelligence and Business Impact. Disponível em: <https://mitsloan.mit.edu/ideas-made-to-matter/artificial-intelligence>. Acesso em: 20 nov. 2025.
Por Kelly Crespi